25 fevereiro 2012

Indagações politicamente incorretas sobre a responsabilidade social – parte 1


Na primeira parte desse artigo, irei abordar a ideia de responsabilidade social e demonstrar um lado oculto dela: toda atividade econômica é socialmente responsável, por definição. Na segunda parte, irei apontar outro lado oculto: implicações econômicas da responsabilidade social.

Nos últimos anos, houve uma crescente preocupação por partes das empresas em ressaltarem suas práticas de responsabilidade social. Tornou-se um imperativo moral das organizações estamparem esse selo.

No fundo, a ideia de responsabilidade social por parte das empresas, expressa um repúdio aos valores da economia de mercado. As empresas aliam ao objetivo econômico outro objetivo, o de “cunho social”. A execução da “responsabilidade social” é uma forma de aliviar a sua necessidade do lucro, e mostrar que a empresa realiza alguma benfeitoria para a sociedade. Se por um lado ela busca o lucro, por outro ela reduz esse “fardo” praticando “responsabilidade social”.

Segundo uma das definições mais usuais: “Responsabilidade Social diz respeito ao cumprimento dos deveres e obrigações dos indivíduos e empresas para com a sociedade em geral”.

A pergunta é: Quais são os deveres e obrigações de indivíduos e empresas para com a sociedade em geral?

Em primeiro lugar, a dita responsabilidade social já omite o fato essencial da atividade econômica: ela é socialmente responsável, por definição.

Qualquer empresa quando inicia suas atividades, já começa a desempenhar uma função social, que é a produção de bens que são legitimamente demandados pela sociedade. Especificamente, satisfazer as necessidades de consumo de uma sociedade caracteriza uma função social vital.

Os mercados são soberanos e os consumidores ditam quais são as suas necessidades econômicas mais urgentes a serem satisfeitas. Por sua vez, o empreendedor é um agente que percebe uma oportunidade de lucro e se engaja na exploração desta. Em suma, ocorre uma troca livre e mutuamente benéfica: empresários fornecem mercadorias, consumidores pagam pelos bens que adquirem. Ambos estão em situação melhor em face dessa situação.

Considere uma situação em que a atividade empresarial fosse suprimida, ou ainda, a empresa não visasse o lucro. Como seriam satisfeitas as necessidades mais emergentes de consumo por parte dos consumidores? Essa indagação expressa que de fato, toda empresa cumpre uma responsabilidade social vital. Sem empresas, não há produção, sem produção, a humanidade reside em seu estado natural: a miséria. Somente a produção erradica esta.

Em segundo lugar, deve-se ressaltar que a única obrigação de uma empresa para com a sociedade é produzir de forma eficiente. Especificamente, a única obrigação de uma empresa em termos econômicos é ser viável, sendo essa representada pelo lucro. Quando uma empresa opera com lucro, ela demonstra que seus métodos produtivos geram mais riqueza a economia do que custos. Não há consumo de capital, pelo contrário, a atividade empresarial está enriquecendo a sociedade e mostrando a viabilidade da operação, que é refletida pelo cálculo econômico. Se uma empresa opera persistentemente com prejuízo, ela não faz sentido econômico e deveria encerrar suas atividades: ela não consegue agregar riqueza a uma economia, ela de fato consome riqueza, e está verdadeiramente empobrecendo essa economia. Recessões são caracterizadas por este fenômeno, ao passo que o crescimento econômico revela que no todo a economia está operando com lucro.

Em suma, produzir com eficiência bens legitimamente demandados por consumidores cumpre um papel fundamental na sociedade: proporcionar bem estar econômica a ela, cumprindo assim a verdadeira responsabilidade social de uma empresa.

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