24 agosto 2011

Como vim parar aqui

Algumas pessoas nascem sabendo o que querem fazer até morrer. Eu não sou uma delas.
Na mais antiga memória, eu queria ser biólogo. Ao longo dos anos minha indecisão vagou pelas Artes, Desenho Industrial, Design, Geografia e parou na Computação. Querendo ser o cara que faz os jogos, me formei Engenheiro de Computação - e já me contentava apenas em jogar. Até o quarto ano da faculdade eu sequer havia tomado conhecimendo do que era a Ciência Econômica.
No início de 1999, com o fim da paridade cambial, plantei uma interrogação em minha cabeça. O Playstation, que eu havia ganhado no natal, passou a custar quase o dobro em menos de dois meses. Perturbei vários adultos e a melhor resposta que obtive sobre o que determinava o câmbio estava relacionada à quantidade de ouro que um país possuia. Descobri ser uma explicação falsa e a indagação ficou entalada.
Quase 10 anos depois, em intercâmbio durante o segundo semestre de 2008, vivenciei intensamente os efeitos do câmbio flutuante. E a pergunta voltou, mas não veio sozinha. Uma avalanche de questões sobre o que estava causando tudo aquilo foi surgindo. De repente, um minuto a mais estudando as tranformações axiais da Robótica ou as técnicas de Criptografia não faria mais sentido. Com as economias do mundo todo em colapso bem diante dos olhos, como alguém poderia seguir vivendo tranquilamente sem ao menos tentar entender as razões?
Não tardou muito para que eu encontrasse ao menos parte das respostas que buscava. Felizmente nessa tarefa fui conhecendo melhor a Teoria Econômica e me encantando (como conseguem explicar tantas coisas com só duas retas?!). Cursei algumas matérias introdutórias e eletivas no Instituto de Economia da Unicamp. Com o encorajamento de alguns dos meus professores, encarei algumas semanas de intenso estudo preparatório pra Anpec e entrei no mestrado na UFSCar.
Olhando para trás, um ano depois dessa decisão, vejo que aprendi muito, mas continuo sabendo absurdamente pouco. Minha lista de próximas leituras (voluntárias) cresce em ordem exponencial. Mas a vontade de aprender o máximo possível dessa fantástica ciência tem sido uma indicação confiável de que estou na direção certa.

Um comentário:

  1. Po cara!

    Não sabia disso!

    Mas que bom que parou por aqui né!

    Ação Humana Hehe :)

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